Europa – Risco da Itália aperta as condições financeiras e diminui as perspectivas de crescimento
O índice PMI composto da zona do euro caiu 1 ponto, para 54,1, em maio. Esse nível indica crescimento de cerca de 0,5% no 2T18 em relação ao trimestre anterior, abaixo da nossa expectativa anterior de 0,7%.
Além disso, a incerteza política na Itália provavelmente continuará pressionando as condições financeiras e reduzindo o crescimento no país. O risco de uma nova eleição, que poderia se transformar em uma proxy de referendo sobre a saída do euro, foi reduzido pela formação do governo populista.
No entanto, a incerteza sobre a postura fiscal e a sustentabilidade política do novo governo permanece alta. Propostas fiscais poderiam acrescentar até 6% do PIB ao déficit (100 bilhões de euros).
E apesar de acreditarmos que uma deterioração fiscal tão pronunciada seja improvável, as discussões sobre o orçamento a ser apresentado ao Parlamento em setembro poderiam levar os juros dos títulos italianos de 10 anos de volta a cerca de 3,0%.
Já a Espanha, em nossa opinião, apresenta baixo risco associado à mudança no governo. Se Pedro Sánchez (PSOE/centro-esquerda), o novo primeiroministro, permanecer no poder ou forem realizadas novas eleições este ano, as atuais políticas macro permanecerão em vigor. Em caso de novas eleições, os partidos à frente nas pesquisas defendem a responsabilidade fiscal e são pró-UE. A Espanha continuará, portanto, mostrando um bom desempenho macroeconômico, com:
i) crescimento forte, acima da média da zona do euro;
ii) superávit em conta corrente;
iii) proximidade de superávit primário; e
iv) uma tendência de queda na dívida pública.
Esse cenário ainda deve permitir ao BCE Banco Central Europeu encerrar seu programa de compra de ativos este ano.
Apesar da incerteza política, ainda esperamos uma abordagem cautelosa que deve provocar uma pequena redução nas compras mensais de ativos entre setembro e dezembro, enquanto o crescimento continua acima de 2% e o núcleo de inflação deve aumentar lentamente, mas continuar abaixo da meta.
Reduzimos nossa projeção do PIB para a zona do euro para 2,3% em 2018 (de 2,5%, anteriormente) e para 2,0% em 2019 (2,4%, anteriormente). Também reduzimos nossas expectativas para a taxa de câmbio euro/dólar para 1,20 este ano (de 1,25) e para 1,25 no próximo ano (de 1,30)